quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Patriotas, Sempre!

(15/06/2010)
Não adianta chorar sobre leite derramado: o que esta feito, esta feito e pronto! Sabemos que vamos ganhar menos e que eles vão gastar mais; sabemos que eles vivem com a crise à soleira da porta e nós com ela dentro de casa há uma eternidade. O pessimismo nunca foi bom conselheiro e não será porque os nossos governantes passam a vida a aprovar orçamentos rectificativos que vamos baixar os braços. Isso apenas quer dizer (em linguagem chã) que previmos por alto as “entradas”e por baixo as “saídas”, e o que aconteceu foi precisamente o contrário. Quem deitar as culpas às nossas leis que não castigam os incompetentes e que permitem este jogo da “vermelhinha” é porque não conhecem as leis dos Estangeiros-de- Fora; por exemplo, na Florida é obrigatório tomar banho vestido.
Em Detroit é proibido dormir na banheira. Em Oxford, Ohio as mulheres podem fazer o que lhes apetece, menos despir-se diante de retratos de homens e no Missouri a cerveja é proibida aos elefantes, portanto não me venham cá com a desculpa das leis para passar a vida a puxar os nossos governantes para “baixo” ; não vamos também agora imitar a história do Senhor Prior que estava muito doente, já em modos de se perder a esperança, mas um grupo das suas ovelhas mais chegadas não largava o altar do Santíssimo a pedir pela sua saúde. Foi quando a tia Miquelina entrou muito agoniada e reprovou o acto: está o Senhor prior, coitadinho, quase a entrar no Céu e vocês não param de o puxar para baixo com essas rezas todas.
Portanto deixemos ir (em paz) quem vai e que tenha boa viagem que já não vai sem tempo. Foi uma pena, termos desperdiçado as regras do velho ditado Chinês: se queres ser feliz umas horas, compra uma boa garrafa de vinho; se desejas a felicidade por uns anos, arranja uma bela mulher; se ambicionares a felicidade para a vida, compra um jardim! É claro que perante tal escolha, o Lusitano não tem duvidas, a garrafinha é sempre a nossa preferida, todo o resto é secundário, mesmo o de escolher uma comissão de festas para governar um País ou um Concelho em vez de uma equipe de verdadeiros governantes: é indiferente! Deus que deu o Mundo, há-de ter mão nele. Agora que já nem para vinho temos e sabemos de fonte limpa, (limpinha) que o décimo terceiro mês e o subsidio de ferias vão à vida e um terço do salário vai fazer-lhe companhia dentro de em breve, não vamos agora abandonar os nossos governantes que são exactamente a replica dos seus governados!  estranho seria que eles fossem diferentes tendo em conta a qualidade dos jurados e os critérios de selecção. Portanto missão cumprida e nada a acrescentar.
Apurada a divida da Lusitânia, que dava para oferecer um Porche a cada Lusitano, em vez de nos oferecerem a sopa dos pobres, chegou a hora de sermos solidários e mostrar o nosso patriotismo, e por imperativos nacionais, não podemos ficar impávidos e serenos face aqueles sujeitos de Bruxelas que vem com ameaças só por a gente se ter distraído e alargado um pouco em arraiais, magustos, subidas e descidas do Douro e na inauguração de uns fontenários de utilidade indiscutível que são o seguro de “vida”na política para quem pretender fazer carreira digna de se ver nesta “santa terra”. Neste sentido, procurando também ajudar os candidatos à, “rapa do tacho e aos que estão rapa-lo”, os quais já não encontram maneira suave de nos anunciar a boa nova da “rapadela” que vamos sofrer, aqui vai o humilde contributo de quem dá a mão à palmatória e reconhece as proporcionais culpas no cartório.
Uma das medidas com resultados imediatos, seria a de eliminar os polícias das auto-estradas. Vai uma “pessoa” atrasado para assistir ao concerto do Tony Carreira e vê-se à rasca para os detectar enquanto conduz o carro entre os 180 e 200 quilómetros hora, podendo ao distrair-se provocar inúmeros acidentes na estrada. Por outro lado, com o medo de ser apanhados e soprar ao balão desistimos de comer um leitãozinho (bem regado à moda da Mealhada), com prejuízos irreparáveis para os comerciantes e a consequente redução do IRC.
        Outra das medidas que me parece bem, seria a de reduzir o número de professores. A rapaziada só vai à escola porque é obrigada e gasta a maior parte do tempo a namorar e a dar umas lambidelas. Agora, o que interessa é ter calma, entre os brindes e os saltos do sétimo para o nono, do oitavo para o décimo e as novas oportunidades não há um “Cristo” que fique sem o décimo segundo ano. Portanto nada de analfabetos. Por isso ter turmas de vinte e cinco ou de noventa e seis é rigorosamente a mesma coisa, porque a maioria nunca lá põe os pés!
 Outra das medidas que daria jeito, seria a de acabar com os transportes públicos: Na prática só servem para deslocar os tesos e reformados porque o resto da malta não prescinde do popó privado; Alem do mais, as camionetas impedem o trânsito, são difíceis de ultrapassar e põe em perigo a segurança rodoviária.
Deveríamos ter em conta, a medida de decretar a semana de quatro dias de trabalho, que seria (apenas) oficializar o que já se verifica. Poupava-se energia porque deixava de ser necessário recorrer aos esquemas cansativos de meter baixa, inventar a morte dos tios, ou ter de decretar tolerância de ponto e outras ratices já bem identificadas.
Os centros de Saúde servem apenas para passar receitas aos velhinhos que sabem exactamente o que querem. O funcionário poderia fotocopiar e autenticar a receita que já bem prontinha (apenas interessam os descontos) e assim reduzir o tempo para a marcação da consulta e o tempo de espera para ser consultado, a malta aplaude e agradece.
Uma das medidas de mais relevo e que seria de muita utilidade para a redução do défice é de saber tirar o máximo de rentabilidade nas transacções comerciais entre exportações e importações. Saber negociar aquilo que temos de melhor em troca do que eles de melhor tem: como por exemplo, os Mourinhos e os Ronaldos em troca de F-16, Helicópteros (Puma) Submarinos, Mercedes, BMWs, Audis (de entrega imediata) para continuar a dar nas vistas, e deixar já apalavrado para breve a importação de batata, vinho, pêra roxa, carapau, leite magro e meio gordo e outros alimentos de primeira necessidade que acrescentaremos à lista de compras segundo as necessidades que serão eminentes. É que se as nossas mais valiosas exportações só servem para bater palminhas, mais vale faze-lo no Jardim Zoológico, sempre teremos a sorte de apanhar algumas moedas e amendoim para debulhar.
Todas estas medidas são urgentes. Porem será muito mais importante desfrutar dos jogos da nossa selecção de futebol, da “conquista” dos troféus (de duas pernas) do Ronaldo e do final de “perfeito coração” e só depois, tentar averiguar porque razão os nomeados políticos (com salário muito duvidoso) se baldaram com a ajuda para a redução do défice.
É claro que também tenho umas “dicas” para agravar o défice de nove para catorze ou quinze % mas só as revelarei em troca de um tachito com as mordomias constitucionais em vigor. Patriota sempre!

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