domingo, 29 de janeiro de 2012

Campos da bola & Batatais.

(15/01/2012)
Uma lição de vida, para fazer pensar os gestores da carteira familiar, e demais gestores menos familiares da carteira alheia. Um canal de televisão estrangeiro destacava a notícia que o vencedor de um programa televisivo recusou receber o prémio que tinha ganho e lhe pertencia.
De frente para as câmaras, um “cheque de dois metros quadrados” assinalava em numerário e por extenso, a simpática quantia de 80% do valor de um automóvel de luxo, que na totalidade custava “78.000 euros”, com as condicionantes de o galardoado pagar os restantes 20%, e conservar o luxuoso premio na sua posse durante três anos, (esqueçamos o modelo da “bomba” para não salivar). Descontraído, e como se nada fosse, o Homem passou uma vista de olhos pelo cheque, fez um breve compasso de espera, e de um gesto teatral, tirou um papel e um lápis do bolso e começou a fazer contas. Num abrir e fechar de olhos concluiu, que os 20% que faltavam para pagar o carro, valiam 15.600“ euros” das suas poupanças, que já tinham destino traçado para mudar as janelas da casa e para dar um jeitinho no telhado. Recusou o premio, que de imediato foi entregue ao segundo classificado. Este, sem lápis sem contas e sem papel, e com um sorriso rasgado até as orelhas, aceitou o prémio que logo foi hipotecar ao banco, para “afiançar” o resto que lhe faltava para comprar o luxuoso carro.
Passado algum tempo, uma equipe de reportagem do mesmo canal, foi á procura dos antigos galardoados, encontrou o que “fez contas” no aconchego familiar, e na casa com janelas e telhado novo. O outro que aceitou o prémio sem fazer contas, tinha deixado de pagar as prestações ao banco e ficou sem carro, deixou de pagar a renda da casa e foi para a rua, os familiares foram tratar de outra vida menos “luxuosa”, o sorriso rasgado até às orelhas caiu-lhe até aos queixos, e foi encontrado a dormir dentro de um cartão á porta do Metro da Cidade.
                Quando tomamos estas decisões sem pensar, a cabeça as faz, o corpo as pagará. Mas quando são tomadas em nome colectivo, a cabeça as faz e os corpos as pagarão!
Já estamos esclarecidos, que também vamos acabar a dormir na rua, para pagar mais um campo da Bola que está a nascer ao lado do “Elefante branco” das Piscinas Municipais, o qual depressa se transformará em mais um elefante “cor-de-rosa” que vai colorir a matilha, e os lucros de um qualquer banco, e aliviar as despesas de um qualquer clube, interessado em fazer daquilo a sua residência secundária, cuja manutenção será suportada com a “Rapinaria” do subsídio de Ferias, de Natal e mais meia hora de trabalho diária á borla, para que os autores da “Rapante Negociata” sejam “venerados”, á custa de muitos que (sem ofensa para os orelhudos) nada se perdia com a sua extinção!
Quando o País está “careca” de peregrinações descalças para redimir-se das “Elefantinas” edificações “das fintas” do Euro 2004, voltamos a nascer das (penumbras) cinzas, para mostrar ao Mundo, que em tempos de vacas esqueléticas, e de famílias com dificuldade para manter o lar, e a alimentação dos filhos, lá vamos nós triunfalmente de cócoras, com a albarda às costas, arreados de impostos a caminho do Guinness Book dos sem juízo, ao permitir que “miseráveis”, (por falta de dinheiro) fechassem a porta aos empregos, Escolas, jardins de Infância, Secções de Bombeiros, Correios, Centros de Saúde, comércios, e ainda aos passeios de estudo escolar e à climatização nas escolas. E que (por abundância de dinheiro), abrissem a porta à fome, à miséria, à cama na rua, aos mega Magustos, às Excursões (a saldo),  e à construção de mais Campos da bola, que vão juntar-se à outra dúzia “deles”abandonados pelos Concelho, os quais deveriam ser transformados em batatais, para pôr os Boys (pelo menos) a produzir as batatas que comem com o  bacalhau que nós pagamos, e para fornecer os produtos hortícolas às cantinas escolares Municipais.
Este “regabofe”, só vai terminar quando quem passa a vida a trabalhar se chatear, se zangar, e se fartar de pagar e não bufar, para manter lambões “domesticados” a comer e calar, e permitir que seus donos derretam 220.000 contos mais 50.600 contos de I V A, em mais um “elefante” cuja comparticipação nos pode custar 30% acrescidos de despesas de projecto e outros equipamentos, e tendo em conta que em casa que “se governa (m)” sem fazer contas, não há milho no Canastro, e não havendo milho no Canastro, à que ir ao milho do (Canastro alheio) Banco, que para largar o “chouriço” dos juros precisa do “porco bem cevado” para podermos alcançar o “calote” de 140.000 contos, que os nossos netos, e os filhos deles vão pagar, com a língua de fora, depois de nos amaldiçoar mil vezes, pelo  laxismo e incompetência, e por lhe termos destruído e hipotecado o futuro.
Deveriam os fanfarrões “dos Magustos e Excursões”, aprender as lições, com o Sr. Presidente da Câmara das Caldas da Rainha, que baixou a factura da água, I M I, I R S, taxas de saneamento, e paga aos credores na hora. Deveriam também, por os “óculos” na Câmara de Barcelos, que paga o subsídio de Natal e de Ferias, porque não anda a “cevar” Boys. Também daria jeito o exemplo da Câmara de Gaia, que ordenou aos Vereadoras, para se deslocarem de Autocarro ou Táxi, e para que os veículos regressem á garagem às cinco da tarde, e quem quiser “fanfarronar” o resto do dia e fim-de-semana á custa do “orelhudo”, terá que o fazer a pé ou á boleia dos lambe botas (que não tem outra utilidade). Ponte de Lima abdicou da totalidade do I R S em benefício dos seus Munícipes. Por cá, “eles os ricos” sem eira nem beira, impotentes para “levantar o que seja”, querem levantar tudo, desde a factura da água até á licença dos cães, para festejar (á tripa-forra) os Santos e Santas populares do ano todo.
Convertidos em promotores de excursões (com cama e mesa), espectáculos (comidos e bebidos) e na “recolha” de agentes “desportivos” falidos, que vem a cambalear do privado cair nos braços do “asilo” das Piscinas Municipais, para recuperar forças na “musculação, futebol e natação”, e na “caixa” das receitas das (nossas) instalações públicas, cujas despesas de manutenção ficam a cargo das (nossas) carteiras privadas. Dizem as “aves de rapina”, que com os salários “rapinados”aos funcionários, podem combater a concorrência e manter vícios de rico, a meia dúzia de “apaniguados e escalavrados”.
Tendo em conta que “aquilo” só traz despesas, sem nenhum beneficio para 99,9% da “malta” que não vive de vícios e “chulices”, fica a sugestão de os serviços ali prestados se converterem em esmolas, na condição de os “sem abrigo” nos agradecerem com rezas de, Avé Marias (cheia de graça), Santa Marias (Mãe de Deus) em coro com o Pai-nosso (que esta no Céu), a zelar pelo Pão-nosso (de cada dia), que lhes dê forças para que não apanhem frio ao sair das aguas tépidas dos “tepidários Romanos” enquanto os benfeitores, tem de se fazer á cama, a cantar o hino nacional para espantar o frio, armados com a botija de agua quente e secador de cabelo, para dar calor térmico e ventilado às partes inferiores, enquanto aguardam a entrada em funções, das naturais e fisiológicas ventilações. Para eles é sol na eira, para nós é lume no naval. Se tivéssemos lá em casa e nas escolas, o conforto de climatização que “eles” têm nas piscinas, teríamos que as vender (casas e escolas) para pagar a conta á E D P. Este é o perfil de “gente”, a quem não se pode confiar a “mercearia”! “ Gastam para ganhar eleições, e hipotecam o futuro das próximas gerações”. “Eça de Queiroz” sempre actual; “ Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo”!       

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