domingo, 29 de janeiro de 2012

Empobrecer a trabalhar.

(01/11/2010)
De valentes e destemidos descobridores, depressa descemos ao patamar dos não recomendados, ao ponto de as nossas figuras mais mediáticas, servirem de modelo para “retratos robot” na identificação de vigaristas.
                A polícia Finlandesa procura um vigarista identificado, como tendo a cara (chapada) de “Durão Barroso”. A vítima do conto do vigário, deveria saber que nós por cá não necessitamos da Caverna de Alli-Baba nem dos seus Quarenta Ladrões para continuar a, empobrecer a trabalhar e a nos endividar em quinhentos mil contos á hora, e pagar juros quatro vezes mais caros de que os (nossos donos) Alemães. Mesmo assim, quando precisamos de “abastecer”, já meio mundo nos bate com a porta na cara, e na cara dos bisnetos que ainda aguardam a ovulação “nas jóias de família” dos bisavós e já estão rotulados de futuros vigaristas, endividados até á ponta dos cabelos. Com medidas e mais medidas, tomadas com “apertos do coração” que nos obrigam a apertar o cinto, numa governação que faz lembrar o sujeito que morreu à sede no deserto por ter achado mais útil lavar as botas com o ultimo cantil de água.
Há oitenta (e tal) anos atrás, numa situação parecida á de hoje, os Lusitanos fartos de esperar pela descida dos impostos e do “Salvador do Mundo” meteram-se a caminho á procura do Homem Providencial, e foi em Coimbra que encontraram o “Salvador da Pátria” na pessoa do “Dr. Oliveira”. Quando chegou ao “posto de comando” logo verificou que a raposa tinha andado na capoeira, a qual ficou sem galinhas, sem ovos e sem omeletas para ninguém. Safou-se quem pôde, na governação da “VARA”, e do Estado Novo, numa estranha União Nacional. Passadas algumas décadas, sem “Novidades” e sem União, o”Dr. Oliveira” caío da cadeira dando lugar á “ilusão” da governação da “CENOURA”, que á semelhança da anterior, tem o mesmo objectivo da permanência no poder.
Esta, uma governação “à-la-carte”, segundo o paladar do freguês, num género de Velho Estado e Desunião Nacional, dividido em três pacotes. Um terço de “assistentes” (trabalhadores) a cultivar cenouras, e dois terços de “assistidos” e vigaristas a come-las. Só que o terço dos “assistentes” foi reduzindo, e ganhando juízo, passando a cultivar cenouras apenas para consumo próprio. È claro que os “assistidos” não acham piada nenhuma à falta de “abastecimento”, e andam agora todos baralhados num jogo de espelhos a olhar da “esquerda” para a “direita” sem conseguir encontrar as diferenças entre as “cópias” e os “originais”. O tacho bem rapado, mal lavado, e (já) pouco cobiçado, com impostos a subir e salários a descer, é o prenúncio de tempos difíceis, a pão e “vinho”, andar caminho e “bico” caladinho.
                Isto continuará assim, enquanto não se abandonarem as governações teóricas “celestiais” e optar pelas”terrais” e tradicionais, tal como as do Tio Chico, que só falhou duas vezes a presença na feira quinzenal, enquanto não conseguiu conjugar a VARA, a CENOURA, e o BURRO. A primeira ausência, aconteceu quando o BURRO, recusou de o levar á feira, e a segunda, quando depois de uma abundante refeição o “dito cujo” ter achado conveniente ficar a dormir a sesta. Às três, foi de vez! O tio Chico, montou no burro, pendurou uma cenoura na ponta da vara, que colocou meio metro à frente do focinho do BURRO, este para apanhar a cenoura lá foi avançando até ao destino para conseguir a recompensa e aprender a lição, que não há maior prazer do que viver do fruto do “seu”trabalho, e que, quem não trabalha, nunca saberá o que é o prazer de descansar.
Mas, para iniciar a governação tradicional, acho que seria discriminatório e “injusto” não aliviar os (cenouritas) “assistidos”, da chatice de levantar-se da cama às dez, para ir ao bar tomar a torrada e meia de leite, antes de passar pelo quiosque com todo o tempo do mundo, ler as notícias de todos os jornais sem comprar nenhum, seguindo a tradicional ronda de visitas às filas do centro de saúde, para levantar a “guia de marcha”das ferias sazonais, e chatear os verdadeiros doentes, ao ponto de estes desmaiarem antes de ser atendidos. No regresso a casa, é passagem obrigatória pelo laboratório e proceder á entrega do frasco do chichi, adquirido nos locais de “costume” com componentes (qb) para que os resultados analíticos permitam a caminhada até a prova oral da Junta Medica da Caixa, cujos dotes teatrais são adquiridos na observação das telenovelas Mexicanas, para evitar qualquer percalço na representação. É claro, que com tais requisitos, é provável que a reforme por (invalidez), venha antes dos quarenta, com a vida “toda”pela frente, para competir com a coelhada no desbaste de cenourais.
Poderão aumentar os impostos, as vezes que quiserem, terão que repetir a dose no próximo ano e (muitos) anos seguintes enquanto o País nada produzir e continuar hipnotizado. Os “velhos” já não podem dar mais; os poucos (menos velhos) que ainda estão empregados, já andam estafados de manter os cursos da “renda” e dos bordados.
É estranhíssimo, ver governantes do presente, do passado e banqueiros a puxar todos do mesmo lado para que o orçamento seja aprovado e continuar a depenar o desgraçado. Qual será o medo de toda esta gente? Quantos buracos haverá mais (a tapar) por aí? É urgente que venha (já) o F M I, senão nunca mais sairemos daqui!
Há quem diga, que a governação da “VARA” foi uma desgraça (e foi) e quem afirme a pés juntos, que a governação da “CENOURA” é uma desgraça (e peras), ao ponto de levar o desespero dos Lusitanos “sempre atentos” a elegerem o Dr. “Oliveira”, a personalidade mais importante de sempre, á frente de Vasco da Gama, Camões, D. Afonso Henriques, deixando os governantes da “CENOURA” no último lugar atrás do Zé Cabra e da Ana Malhoa.
O lusitano anda quase a virar da cabeça. Ainda há pouco, ouvíamos um (ex) Presidente dizer que havia vida para além do défice, agora com a porta arrombada, diz que não há quem viva com um défice assim. Quando vemos, uma rapaziada (convertida em mandantes), com experiencia teórica e administrativa adquirida ao domingo depois da hora da missa, e a pratica, na sede dos partidos, a contar bandeiras e sacas plásticas para distribuir na feira da ladra. Quando vemos reformados candidatos a presidentes e presidentes reformados, tal como metade dos deputados e representantes municipais, tudo isto é de estranhar! Há tantas profissões, cujo objectivo é de conseguir chegar vivo à idade da reforma e fugir sem olhar para trás.
Embora, também é verdade, que para desempenhar certos “ altos cargos” não é exigida grande capacidade física e mental, por isso, mesmo em “estado de coma”, esses senhores podem continuar a acumular o salário com as “várias”reformas, que o prejuízo na produção não vai sofrer grandes alterações. Assim, filhos e netos dos “hibernantes” tem o futuro assegurado, sentados a “petiscar” á mesa do orçamento. Os “Príncipes” da Republica tem sempre lugar cativo no trono, ao contrário de tantos jovens que continuam a ser “ridiculizados” por uma “comandita” de Boys, Girls, e outros moribundos, verdadeiras pragas da sociedade que, tal como os galos, com as patas enterradas no estrume pensam que o sol nasce todas as manhãs, para os ouvir cantar.
A vida não esta fácil para os “deserdados” da Pátria. Porem eles sabem que, quando a casa cair, os ratos são os primeiros a fugir. Enquanto não vem a derrocada, os jovens também sabem, que mais vale morrer de pé, de que viver ajoelhado. Só que, enquanto eles dançam o “tango”, será este o nosso fado.
Já dizia o Rei: Isto é, “um País de bananas governado por sacanas”.                     

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